segunda-feira, 10 de junho de 2013

#1cartaporfavor : Julia Larré



"Gostei muito da ideia da exposição!

Senti na hora que deveria tentar participar, pois tenho um texto-fluxo-de-pensamento que escrevi para ninguém e que não tenho coragem de mostrar.

Obrigada pela chance de 'soltar' esse sentimento escrito."


Às vezes gostaria que as pessoas fossem menos egoístas. Mas como não posso mudá-las, mudo a mim mesma. Deixo de considerá-las como pessoas com quem posso compartilhar e assim fico mais tranquila. Vou somente levar em consideração as pessoas que amo e que demonstram me amar.
Às vezes gostaria que as pessoas pensassem na dimensão do que dizem. Meus ouvidos muitas vezes são uma porta para um lugar que geralmente não acesso, não porque não quero, mas porque meu corpo e meu espírito a mantém isolada para que eu não me perca. As palavras ditas doem muito mais. Acessam um lugar que tento transcender. E a cada vez que determinadas frases são repetidas, menos eu consigo superar minhas dificuldades. Deixarei de prolongar as conversas com essas pessoas. Vou somente escutar as palavras de quem amo e que demonstram me amar de verdade.
Às vezes gostaria de acreditar que eu sou amada do jeito que sou, assim como amo meu filho Francisco. Eu sei que isso não existe. Geralmente uns tentam corrigir os erros dos outros e ficamos numa roda viva, sem fim, que só nos decepciona muito mais. Vou somente observar e amar as pessoas mais próximas, sem esforço algum, e somente tentar ser eu. E se elas me amarem, ótimo. Se não, fazer o quê?
Às vezes gostaria de ficar menos triste. A tristeza, essa maneira de ficar mais só, não é por culpa de ninguém. É por minha culpa mesmo. A gente tenta compreender as pessoas, o mundo, e não consegue. Estou me dando conta de que não tenho poder algum. Sou somente um sopro de nada, absolutamente nada.

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